sábado, 24 de outubro de 2009

Para quem gosta de conto...

Machado de Assis escreveu obras primorosas conhecidas por todos, como, por exemplo, Dom Casmurro, Helena, Memórias póstumas de Brás Cubas, dentre tantas outras. Mas seus primorosos contos não ficam atrás de seus romances. Com a mesma vivacidade dos romances, escreveu os contos, que nos maravilham e surpreendem. Ele consegue escrever algo sucinto e completo; ao descrever seus personagens é um exemplo: “[...] Clara vinte dois anos. Ela era órfã, morava com tia, Mônica, e cosia com ela [...].” (Pai contra mãe). Machado também é impecável ao descrever os sentimentos e desejos humanos: “ [...] Garcia começou a sentir que alguma coisa o agitava, quando ela parecia, quando falava, quando trabalhava, calada ao canto da janela; ou tocava ao piano umas músicas tristes. Manso e manso. Entrou-lhe o amor no coração.” (Causa secreta).

Tudo isso envolvido no âmbito de uma sociedade burguesa do Rio de Janeiro, em que seu foco varia muito de conto para conto. Muitas histórias têm por base o casamento e os sentimentos que estão sempre ligados a ele. Outras histórias já se mostram totalmente voltadas para as angústias humanas. O que conseguimos perceber é que Machado de Assis gosta de mexer com a imaginação do leitor; de instigá-lo a pensar no final da história, tentar juntar as peças durante o enredo para conseguir chegar a um desfecho. Óbvio que ele consegue sempre nos surpreender.

Não conhece nenhum conto!? Procure; leia. Histórias como A cartomante, Pai contra mãe, A causa secreta ou A carteira nos prendem até a última linha. E seus desfechos nos pegam como uma bomba; muitas vezes impensados por nós, leitores.



Por Roxanne Souza - Granduanda em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Ceará e Bolsista do Projeto de Extensão Clube da Leitura.

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