sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Parnasianismo e Simbolismo

Nosso encontro foi bem gostoso aos "ares" da cultura japonesa.
Ocorrido no Jardim Japonês Jusaku Fujita, nome dado em homenagem ao primeiro japonês que chegou a Fortaleza em 1923 (ao chegar na cidade, foi rebatizado de Francisco Guilherme Fujita). 
Começamos fazendo nosso lanche: frutas, sucos, café, bolachas e torradas. Depois é dado início a nossa discussão sobre o tema proposto. 
Antes, é claro, falamos sobre o local: O Jardim Japonês, sua paisagem, foi projetada pelos paisagistas Salomão Nogueira e Gica Messiara. As esculturas foram elaboradas pelo artista Ascal, cearense. A paisagem é toda relativa a cultura japonesa.
Demos um breve histórico das escolas literárias parnasiana e simbolista.. Os participantes falaram o seus pontos de vistas e interpretações. Um dos poemas mostrados foi o poema DELÍRIO do poeta parnasiano Olavo Bilac:



Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
- Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
- Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
- Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…


Outro poema foi o AS ESTRELAS, do poeta simbolista Cruz e Sousa, outro autor que demos ênfase no nosso encontro.

Abaixo o poema de Cruz e Sousa:


Lá, nas celestes regiões distantes, 
No fundo melancólico da Esfera, 
Nos caminhos da eterna Primavera 
Do amor, eis as estrelas palpitantes.

Quantos mistérios andarão errantes, 
Quantas almas em busca de Quimera, 
Lá, das estrelas nessa paz austera 
Soluçarão, nos altos céus radiantes.

Finas flores de pérolas e prata, 
Das estrelas serenas se desata 
Toda a caudal das ilusões insanas.

Quem sabe, pelos tempos esquecidos, 
Se as estrelas não são os ais perdidos 
Das primitivas legiões humanas?!


*Esperamos que todos os que vieram e os que gostariam de participar estejam no próximo encontro. Até lá!*

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Encontro de Setembro

Já confirmado! O encontro desse mês acontecerá no dia 24 (sábado) ás 9:00 h, no Passeio Público de Fortaleza.


Tema: Pré- Modernismo e Modernismo
Autores sugeridos: Monteiro Lobato e Vinicius de Moraes.


Passeio Público: Rua Dr. João Moreira,( sem número), ai lado da Santa Casa de Misericórdia- Centro
passeio_quiosque.jpg

domingo, 11 de setembro de 2011

Arcadismo

No sábado dia 07 de Maio, tivemos nosso segundo encontro desse ano. Um encontro gostoso e prazeroso feito em meios a textos, livros e poemas referentes ao Arcadismo.
Aconteceu no Centro de Referência do Professor, que já foi o antigo Mercado da Farinha, depois o Mercado Central.
Os participantes seguiram nosso sugestão de autor e trouxeram vários pontos de vistas do livro: Marília de Dirceu. Lemos em conjunto a Lira II. Abaixo segue um trecho:

Pintam, Marília, os Poetas

A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.


Porém eu, Marília, nego,

Que assim seja Amor; pois ele
Nem é moço, nem é cego,
Nem setas, nem asas tem.

Ora pois, eu vou formar-lhe

Um retrato mais perfeito,
Que ele já feriu meu peito;
Por isso o conheço bem.

[...]
Marília, estão misturadas

Purpúreas folhas de rosa,
Brancas folhas de jasmim.

Dos rubins mais preciosos

Os seus beiços são formados;
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim.

Mal vi seu rosto perfeito

Dei logo um suspiro, e ele
Conheceu haver-me feito
Estrago no coração.

[..]
Tu, Marília, agora vendo
De Amor o lindo retrato,

Contigo estarás dizendo,
Que é este o retrato teu.

Sim, Marília, a cópia é tua,

Que Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto,
Que ele foi quem me venceu.