quarta-feira, 18 de março de 2009

Dica de Filme: O Clube de Leitura de Jane Austen


Sacramento. Bernadette (Kathy Baker) foi casada 6 vezes e hoje vive sozinha. Jocelyn (Maria Bello) jamais se casou e está em depressão devido à morte de Pridey, seu cachorro. Sylvia (Amy Brenneman) é casada com Daniel (Jimmy Smits) e tem 3 filhos, mas sua vida está abalada pelo fato de que o marido está apaixonado por outra mulher. Allegra (Maggie Grace), filha de Sylvia e Daniel, é uma jovem gay que decide voltar para casa para servir de suporte à mãe, devido aos problemas em seu casamento. Prudie (Emily Blunt) é uma jovem professora de francês de colegial, que casou-se recentemente com Dean (Marc Blucas) e teve que cancelar uma aguardada viagem para Paris devido a um problema nos negócios. Grigg (Hugh Dancy) é um técnico nerd, que gosta de participar de convenções de ficção científica. Um dia Bernadette sugere a criação do clube do livro "Sempre Austen o Tempo Todo", dedicado aos livros da escritora Jane Austen, alegando que ela é perfeita para curar os males do mundo. Jocelyn, Allegra, Prudie, Sylvia e Grigg aceitam fazer parte dele, o que faz com que todo mês o grupo se reúna para discutir um dos livros da escritora. Com o tempo eles se abrem sobre suas vidas, percebendo as mudanças neles ocorridas.

Ler é Atribuição de Sentidos


Desde os nossos primeiros anos de vida, temos por companhia, ou deveríamos ter, as letras. Símbolos que, com o passar dos anos, aprendemos a decodificar; porém, a maioria das pessoas chega à idade adulta sem conseguir decifrar tais códigos, sem a intimidade que se faz necessária para a compreensão. Não estamos falando apenas daqueles que nunca tiveram a oportunidade de aprender a ler, mas também daqueles que olham a leitura como algo mecânico. Leem apenas por hábito ou por obrigação, e não conseguem captar as ideias que se escondem por trás das palavras, nas entrelinhas de um texto.

Nossas escolas estão repletas de alunos que sabem ler e escrever; no entanto, não sabem interpretar. Não falamos de textos complexos, mas sim dos simples textos didáticos, os quais, mesmo assim, causam confusão nos educandos. Por que isso acontece? Podemos citar vários fatores, como, por exemplo, a falta de incentivo por parte da família, a existência de professores mal qualificados, uma metodologia de ensino errônea, dentre outros. Podemos dizer, ainda, que a causa seja até mesmo uma questão cultural.

O que precisamos entender é que, se desde pequenos somos obrigados a ler, vamos crescer com uma péssima visão sobre a leitura. Portanto, ao invés de jogarem um livro qualquer em nossas mãos e esperarem que o leiamos, com data e hora marcadas para terminá-lo, deveriam nos estimular a pegá-lo sozinhos e de uma maneira livre, contudo, o fato é que não podemos esperar que isso aconteça com todos de uma hora para outra, mas seria bem possível começar aos poucos.

A compreensão do que lemos não é difícil, apenas requer prática constante. Prática essa que pode começar com revistas em quadrinhos, panfletos, bulas de remédio, enfim, pois nosso conhecimento é formado, além das experiências, do que aprendemos através das leituras que fazemos, daí, começamos a atribuir sentidos ao mundo que nos cerca, sendo leitores de maneira espontânea ou não... (Roxanne Souza)